Já ouviu falar das Jornadas Pedagógicas que são oferecidas pelo Programa Cemaden Educação (CEdu)? São caminhos formativos de aprendizagem significativa,  que incorporam conhecimentos de diferentes fontes, investigação-ação-participativa,  Ciência Cidadã em Educação em Redução de Riscos de Desastres (ERRD) e Educação Ambiental Climática (EA Climática). Se constituem em um movimento de interação para fortalecimento do papel da produção cidadã de  informações, conhecimentos científicos e saberes tradicionais relevantes na prevenção, resiliência, redução da vulnerabilidade de pessoas e gestão dos riscos no novo regime climático. 

Cada jornada tem um tema específico e pode ser seguida de forma independente, sem sequência ou duração pré determinada. Basta acessar, no tempo disponível, as atividades e iniciar uma jornada pela Ciência Cidadã. Atualmente, as seguintes Jornadas Pedagógicas estão disponíveis:

  • PluviPet + App: que aborda o monitoramento participativo do volume das chuvas com pluviômetros artesanais, produzidos com garrafas PET, os PluviPets.
  • Bacia Escola: aborda os rios, como influem na transformação dos territórios e como eles são impactados pelo modelo de desenvolvimento. A Bacia Hidrográfica pode nos ensinar sobre as maneiras de cuidar dos rios.. 
  • Cartografia Social: construção de mapas participativos para favorecer o diálogo sobre prevenção de riscos e a reflexão das potencialidades e fragilidades dos territórios. 
  • História oral: auxilia na revelação de diferentes experiências, visões e formas de perceber os desastres ocorridos nos bairros das escolas e comunidades. 
  • Nossa Escola é Vulnerável?: amplia a reflexão sobre os conceitos de ameaça, risco, vulnerabilidade, resiliência e desastre no contexto do ambiente escolar.
  • A terra desliza: propõe desvelar como acontecem os movimentos de massa e atuar na prevenção e redução de riscos de desastres nas comunidades.
  • Como formar uma Com-VidAção: espaço de ensino-aprendizagem que reúne pessoas de diversas de uma ou mais comunidades. 

Neste momento, o programa Cemaden Educação acaba de atualizar uma de suas Jornadas Pedagógicas, a PluviPet + App que aborda os riscos de desastres relacionados ao volume de chuvas que podem provocar enchentes e, por outro lado, as secas –  algumas das consequências da crise climática. A atualização das atividades é fundamental para acolher dados mais recentes, bem como os conhecimentos coletivos que são construídos a cada processo realizado com diferentes grupos sociais. 

E a Ciência Cidadã e participativa é o cenário principal em que ocorrem tais processos de aprendizagem e participação nas jornadas, democratizando o acesso de pessoas a pesquisas científicas, desde a coleta, produção de dados, análise e disseminação de conhecimentos de proteção da comunidade aos riscos dos eventos extremos – para que estes não se tornem  desastres. 

Além disso, as Jornadas propiciam uma vivência diferente nos territórios, motivada pela descoberta da Ciência Cidadã como parte de uma rede de aprendizagem na qual as pessoas interessadas compartilham conhecimentos, saberes, habilidades e valores de forma coletiva. 

Pluvipet + App: Monitoramento Participativo de Chuvas

Um conjunto de atividades que promove o monitoramento participativo do volume de água a partir da confecção de pluviômetros de baixo custo – produzidos com garrafas PET e chamados de Pluvipets instalados na escola e nas casas – e que formam uma rede observacional.  Os pluvipets em rede auxiliam na prevenção de riscos,  promovendo a participação social na coleta de dados sobre eventos de chuva que causam inundação, deslizamento de encostas, enxurradas e, na ausência da chuva, a estiagem e a seca.

O “App” ou aplicativo para celulares smartphones – App Dados à Prova d’Água – e outros dispositivos, é a plataforma que foi produzida especialmente para o propósito do projeto Cemaden Educação dos pluviômetros artesanais – PluviPet. Nela, os dados coletados por todos/as os/as participantes são concentrados para que sejam, posteriormente, distribuídos entre as instituições e a rede de pesquisadores/as, escolas, defesa civil e outros. Ao iniciar a Jornada Pedagógica, você vai receber as orientações de como instalar o pluviômetro e  baixar (download) o aplicativo!

Vale lembrar que o aplicativo é um recurso utilizado para a inserção dos dados de monitoramento, que permanecem por cinco dias no painel. O envio dos dados coletados entram no Painel de Observações (dashboard), que é alimentado para que toda a rede possa promover análises e trabalhar com as informações e conhecimentos coletivos. 

Nessa Jornada, algumas das questões que provocam a pesquisa: 

  • Por que é importante saber o quanto choveu ou há quanto tempo não chove?
  • Como se observa e mensura o volume de chuvas no território da comunidade escolar?
  • Como as pessoas podem contribuir com as instituições de pesquisa a partir dos dados de pluviômetros artesanais disponibilizados num App?

A partir das questões, os/as interessados/as podem trilhar a jornada, em seus diversos momentos: 

  •  Formar redes locais de observação da chuva com pluviômetros artesanais (pode ser de garrafa PET).
  • Coletar os dados sobre o volume das chuvas no território da comunidade, registrando em uma planilha e/ou no App com a ajuda dos pluviômetros artesanais.
  • Compartilhar os dados no App pelo celular.
  • Utilizar o Painel de Observações no computador para realizar estudos e análises comparativas, construindo conhecimentos. 
  • Incluir a comunidade escolar no monitoramento participativo de chuva para ampliar o alcance da rede.
  • Estabelecer parcerias com a Defesa Civil, NUPDEC (Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil) e NUDEC (Núcleo de Defesa Civil). 

É simples fazer um pluvipet: basta uma garrafa PET e outros poucos instrumentos, como caneta, régua, estilete ou tesoura. O tempo de duração da jornada também é definida pelo/a próprio/a interessado/a, mas vale dizer que, quanto maior o tempo de observação das chuvas por meio dos pluviômetros artesanais, maior o conjunto de dados gerados para a análise!

Os dados produzidos pelas pessoas que trilham essa jornada pedagógica tornam-se informações importantes para a comunicação de alertas de desastres, facilitando a tomada de decisão e aumentando as chances de redução dos riscos, bem como a proteção das pessoas e das comunidades. 

A Jornada Pedagógica na Escola

Foto da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo -SEDUC

Educadores/as também podem utilizar o percurso formativo da Jornada Pedagógica no currículo. Por exemplo, em Matemática, é possível fazer uso de instrumentos e procedimentos de quantificação e análise; em Química, abordar os estados físicos da água e suas reações químicas, fenômenos climáticos; em Artes, pesquisa e o desenvolvimento de processos de criação, além da representação do pluviômetro com ilustrações, fotos, vídeos e animações.

Na página da jornada, no site do Cemaden Educação, você fica sabendo de outras recomendações e ainda pode ver detalhes sobre como participar do processo de aprendizagem: acesse aqui!