I Encontro Brasileiro da Ciência Cidadã
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Entre os dias 10 e 12 de setembro, a Universidade Federal do ABC-UFABC, em São Bernardo do Campo-SP, recebeu o I Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã. Com a temática “Qual Ciência Cidadã Queremos?”, o evento reuniu pesquisadores/as e estudantes interessados/as na democratização das ciências e a ampliação do diálogo entre diferentes atores/atrizes sociais. E o Programa Cemaden Educação-CEdu marcou presença!
O CEdu participou com três atividades ligadas à Educação em Redução de Riscos de Desastres-ERRD e à Educação Ambiental Climática. A primeira delas foi o processo formativo: “Dados à Prova D’ água, ampliando os ‘polinizadores’ de escolas para a redução de riscos de desastres no Brasil”, com exposição da pesquisadora do projeto, Débora Olivato.
Os/as participantes conheceram um pouco da trajetória do Dados à Prova D’ água, desde o seu lançamento, em 2021, com a formação virtual de polinizadores/as ainda em contexto da pandemia de Covid-19 no país. E acompanharam também os avanços da edição de 2024 com uma série de melhoramentos no aplicativo utilizado para registrar a coleta participativa de dados da chuva e, especialmente, a expansão do projeto na América Latina.
“E o projeto salva vidas! Esse foi o ápice porque, a gente quer sensibilizar as pessoas sobre o tema, a gente conhece o potencial transformador que esse trabalho pode ter, mas ficamos surpreendidos/as pela maneira como ocorreu na prática”, comentou Débora ao contar o caso de Jaboatão de Guararapes, ocorrido em 2022 – conheça essa história.
O momento seguinte da formação foi de oficina, com a montagem de pluviômetros artesanais, orientação de como utilizá-los nas suas comunidades e a distribuição de kits e publicações produzidas pelo CEdu, com base na Jornada Pedagógica Pluvipet +App. O pesquisador Felipe Santos também apresentou mais informações sobre o uso do app e do Dashboard, além de responder às dúvidas do público.
“O interessante vai ser quando, coletivamente – nós, pesquisadores/as do projeto e todos/as que atuam como cientistas cidadãos/ãs nas regiões – possamos fazer com que esses dados sejam usados na sala de operações do Cemaden”, comentou ele.
Painel: Emergência climática e Ciência Cidadã
Na segunda parte da manhã, no auditório da UFABC, Rachel Trajber compôs a mesa sobre Emergência Climática e Ciência Cidadã, ao lado de Allan Yu Iwana, coordenador da iniciativa CoAdapta Litoral e André Junqueira, da Local Indicators of Climate Change Impacts-LICCI.
“A ciência é muito importante, principalmente, neste novo regime climático. Só que não qualquer ciência. Com Ciência Cidadã a gente pode engajar as pessoas no processo científico, mas na construção de conhecimento e não somente para coletar os dados. Construir juntos/as o conhecimento”, falou Rachel.
O formato do painel foi bem interessante, permitindo que os/as integrantes respondessem em cinco minutos cada um/a, a perguntas-chave sobre o tema a cada bloco. Além da questão sobre “Por que a Ciência Cidadã é importante na emergência climática?”, outras questões foram: “Como gerar escala para os projetos que trabalham com as mudanças climáticas?; e “O que as iniciativas estão fazendo e como estão trabalhando em rede?”.
Nas redes sociais da Rede Brasileira de Ciência Cidadã – uma das organizadoras – é possível encontrar alguns trechos do evento. Ao final, o público também tomou a palavra para comentar e questionar os conteúdos abordados no painel.
Sessão Interativa: jogos educativos
A última atividade com participação da equipe do CEdu foi a sessão interativa “Jogos ‘sérios’ na Ciência Cidadã: sinergias para o engajamento de comunidades”, com a mediação de Rachel Trajber, Indira Eyzaguirre, Antonio Fernando Guerra, Carolina Franco Esteves e Allan Yu Iwama.
Carolina apresentou os jogos produzidos pelo Programa Cemaden Educação – todos ligados aos temas da ERRD e EA Climática, disponíveis para download via site. Depois, Guerra apresentou, com mais detalhes, o Na Trilha do Risco, jogo com tabuleiro de chão onde está representado o mapa do Brasil. No tabuleiro os/as participantes são os próprios peões, e jogando um dado seguem um caminho para conhecer e responder questões sobre problemas ambientais e impactos das mudanças climáticas nos biomas brasileiros, assim como os riscos e ações de prevenção e mitigação nas diversas regiões do Brasil.
Indira e Allan também comentaram sobre diferentes perspectivas sobre o assunto: a pesquisadora contou sobre o seu trabalho junto ao Laboratório de Ecologia de Manguezal-LAMA e o segundo apresentou reflexões sobre a pesquisa com a retenção de atenção do público durante os jogos educativos.