O Conselho de Pesquisa Econômica e Social do Reino Unido (sigla em inglês, ESRC) anunciou, ontem (15), o Projeto ‘Waterproofing Data’ – Dados à Prova d’Água – como o vencedor da categoria ‘Grande Impacto Social’.  O projeto desenvolveu uma abordagem inovadora que combina educação e ciência, a partir de dados e análises gerados pela comunidade. O objetivo foi o de aumentar a resiliência e melhorar a capacidade dos residentes de áreas propensas a inundações no Brasil, além das ações e medidas de proteção.

A equipe internacional de pesquisadores com múltiplas formações disciplinares do Brasil, Alemanha e Reino Unido – liderados pelo pesquisador João Porto de Albuquerque, da Universidade de Glasgow – trabalhou em parceria com o Programa Cemaden Educação,  do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação –  e com a  Fundação Getúlio Vargas,  para a  construção do conhecimento para a prevenção de riscos de desastres.

“Ao invés de apenas recolher dados, a metodologia de Ciência Cidadã, proposta pelo Programa Cemaden Educação, envolveu comunidades escolares e defesas civis das cinco regiões do Brasil como coprodutoras de conhecimento.”, destaca a coordenadora do Cemaden Educação, pesquisadora Rachel Trajber.  Ela explica que, na prática, isso se deu com a criação de redes observacionais de pluviômetros de garrafas PET em escolas e residências, com dados pelo aplicativo ‘Dados à Prova d’Água’, juntamente com as memórias das pessoas sobre desastres, e complementa: “Além disso, foram trabalhadas as formas como lidariam com a situação, proporcionando uma oportunidade de enfrentar o problema de inundações, alagamentos e deslizamentos de encostas de diferentes formas.”

Trajber afirma, também, que as lições aprendidas com o método aplicado – no qual pesquisadores e cidadãos colaboram em todas as fases da produção dos conhecimentos – mostraram que esta abordagem poderia ser aplicada para capacitar a ação climática, liderada pelas comunidades e escolas. “Essa ação é voltada, especialmente, em áreas com vulnerabilidades face aos riscos crescentes de eventos climáticos extremos.”, enfatiza a pesquisadora.

Projeto À Prova d’Água

O Projeto À Prova d’Água nasceu da colaboração e parcerias entre instituições de três países: Brasil, Alemanha e Reino Unido. No Brasil, a participação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações- e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).  Na Alemanha, a Universidade de Heidelberg e no Reino Unido, as Universidades de Glasgow e de Warwick.

No projeto, participaram 21 polinizadores/multiplicadores – professores e integrantes de defesas civis parceiros do Cemaden Educação – das cinco regiões do país, nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Acre, Pernambuco e Mato Grosso, envolvendo mais de 200 pessoas das comunidades vulneráveis.

O Aplicativo móvel permite a disponibilização de dados de pluviômetro, de áreas propensas à inundação, previsão de tempo, intensidade de chuva, áreas de alagamento e nível de água do rio. 

Assista ao vídeo da premiação do ESRC

Fonte: Ascom/Cemaden