Palestras, Feira de Ciências, oficinas, visitas em instituições de pesquisa e de ensino integraram a programação do evento, com a participação de escolas públicas de várias cidades do Vale do Paraíba e da região metropolitana de São Paulo. A edição regional da SNCT 2017 foi organizada pelo Cemaden, Inpe e Unesp para divulgar a ciência e mostrar a importância da tecnologia e inovação na sociedade.

A 14ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2017, promovida em todo o território nacional pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, teve como tema “A Matemática está em tudo”.

Pela primeira vez no Vale do Paraíba do Sul, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp- de São José dos Campos) – se uniram para promover o evento.

Entre os dias 25 e 28 de outubro, mais de 300 estudantes, de quinze escolas públicas parceiras do projeto Cemaden Educação e PROEX – UNESP SJC, tiveram a oportunidade de conhecer cientistas, participar de oficinas práticas e de palestras interativas, bem como apresentar seus experimentos na Feira de Ciências e no Sarau Ma-temático Artístico. Também foram realizadas visitas aos laboratórios e instalações de pesquisa e ensino das instituições organizadoras.

Palestras incentivam estudantes ao conhecimento científico

Para aproximar a ciência e tecnologia dos estudantes, tendo a matemática como protagonista, foram realizadas palestras interativas sobre temas que migraram da prevenção de risco de desastre natural no cotidiano às curiosidades do espaço sideral.

Parte da programação do dia 26 de outubro foi realizada no auditório central da UNESP, a qual contou com a participação de diversos cientistas, entre eles o pesquisar do INPE, César Augusto Costa, integrante do grupo ganhador do Nobel Física 2017, que demonstrou de forma didática como foi a evolução do conhecimento sobre ondas gravitacionais desde os primórdios das pesquisas até os dias atuais. “Geometria, Matemática e equações são muito aplicadas para compreender a distância e o tempo no universo.”, explica o pesquisador.

Com o tema “Educação + Participação: equação para redução do risco de desastres socioambientais”, a professora Luana A. Pampuch, da Unesp de São José dos Campos, destacou como a Matemática é utilizada em previsão de tempo, a qual subsidia o monitoramento e alertas de desastres realizado pelo Cemaden. “Quanto mais conhecimento, maior é a percepção. Quanto maior o número de pessoas informadas sobre o risco, menor é a vulnerabilidade.”, destaca a pesquisadora, mostrando a importância da Educação e da participação de todos.

Os pesquisadores do Cemaden, Leonardo Bacelar Lima Santos e Rachel Trajber, destacaram a importância da matemática no monitoramento e alerta dos desastres naturais realizados pela instituição. Bacelar destacou como o impacto das inundações e alagamentos nas áreas urbanas afetam a mobilidade urbana. A pesquisadora Trajber abordou como utilizar a matemática da prevenção de desastres no ambiente escolar e na comunidade, por meio do projeto Cemaden Educação.

Feira de Ciências  e Oficinas

Foto: Ascom-Cemaden

Cerca de 200 estudantes estiveram na Feira de Ciências, realizada na tarde do dia 26 no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos. Participaram escolas estaduais e municipais de São José dos Campos, Campos do Jordão, Caçapava, Lorena, Cunha, São Luiz de Paraitinga, Paraibuna, Vargem Grande do Sul e da capital de São Paulo, estas  integrantes de projetos do Cemaden Educação e do PROEX –Unesp de SJC. Estandes institucionais do Cemaden, do INPE, da UNESP, do Instituto Florestal e do Instituto Geológico (IG) foram instalados no Parque Vicentina Aranha, com destaque para a apresentação de atividades interativas com os participantes das escolas e com o publico em geral. Na oportunidade, também foram expostos trabalhos científicos abordando experimentos e produtos resultantes de pesquisas em meteorologia, prevenção de desastres socioambientais, engenharia, geografia, sistema de alerta, observação de microbacias, maquetes e desenhos das áreas de risco.

Foto : Ascom-Cemaden

Na sexta-feira (27 de outubro), foram realizadas Oficinas no Parque Tecnológico de São José dos Campos, oferecidas pelo Cemaden, INPE e Unesp. Os alunos participaram de atividades práticas utilizando o arduíno (plataforma de prototipagem eletrônica que, associada a sensores, medem variáveis meteorológicas), construindo pluviômetros artesanais e estação meteorológica de material reciclado, bem como delimitando áreas de riscos a partir de imagens de satélites, entre outras ações.

Oficina realizada no Laboratório da Unesp-SJC.(Foto: Cemaden)
Oficina realizada pela Unesp no Parque Tecnológico sobre Estação Meteorológica .(Foto: Cemaden)
Estudantes visitam a Sala de Situação do Cemaden dentro da Programação da SNTC. (Foto:Cemaden)

Os estudantes visitaram a Sala de Situação do Cemaden para conhecer os procedimentos adotados para o monitoramento e emissão de alertas sobre riscos de desastres. Na visita,  puderam interagir com profissionais das áreas de Hidrologia, Meteorologia, Geologia e de Desastres Naturais do Centro. Tiveram também a oportunidade de conhecer os laboratórios e uma estação meteorológica da UNESP.

Balanço das experiências científicas pelos estudantes

As atividades propostas pelo Cemaden Educação, aliadas às experiências de interação com estudantes de outras cidades da região, além das atividades previstas na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Vale do Paraíba proporcionaram integração entre estudantes, professores e pesquisadores. Os participantes relataram que a participação no evento possibilitou adquirir maior conscientização e conhecimento de suas realidades locais, bem como aprofundar os conhecimentos relacionados à prevenção de riscos de desastres naturais.

Foto :Ascom-Cemaden

“Aprendemos muito com o projeto sobre prevenção de desastres e estamos difundindo as informações para as pessoas nas áreas de risco, trabalhando como voluntários junto à Defesa Civil Municipal.”, afirma Paulo Gomes Vieira Filho, 17 anos, estudante do 3º ano do ensino médio, do município de Campos do Jordão. “Quando adquirimos o conhecimento e compreendemos os riscos, nossas ações voltadas à prevenção incentivam outros jovens a participar do projeto.”, relata Mariana Souza de 16 anos, do 2º ano do ensino médio, também de escola estadual de Campos do Jordão.

Foto : Ascom-Cemaden

Cleiton Fonseca e Renan Luiz Domingos, ambos de 17  anos e cursando o 3º ano do ensino médio, no município de Cunha, estão muito satisfeitos em desenvolver um novo projeto de prevenção de riscos dentro da área rural onde residem. “Estamos levando o conhecimento sobre preservação de nascente, manejo de gado, entre outras ações, para evitar erosão do terreno.”, diz Cleiton. “Ajudamos os produtores rurais a melhorar sua propriedade rural de maneira sustentável e na prevenção de riscos de desastres.  Isso despertou uma grande satisfação e pudemos ampliar o projeto na área rural.”, enfatiza Renan.

Foto: Ascom-Cemaden

“Um dos pontos mais importantes foi o de adquirir o conhecimento sobre as causas das inundações e como poder prevenir o risco ou diminuir o impacto para a comunidade.”, destaca Karen Larissa da Silva, de 16 anos, do 2º ano do ensino médio, de Cunha.

 “A experiência dos trabalhos em campo e dos conhecimentos científicos dos alunos possibilitaram a realização de parcerias com a comunidade, tornando-os multiplicadores das ideias.”, relata o professor de Biologia e Química, Pedro Ivo,  do ensino médio da escola estadual de Campos do Jordão. Contou que estão ampliando o projeto, na identificação do sistema de escoamento de água nas áreas vulneráveis e na realização de campanhas para prevenção de riscos de desastres.

Lançamento da revista em quadrinhos do Projeto Educação+Participação: “Uma equação para redução do risco de desastres. (Foto: Ascom-Cemaden)
Momento de interação entre os alunos no Sarau (Ma)Temático-Artístico, em que onde ocorreram manifestações artísticas, tendo a matemática como inspiração. O grupo da Escola Monsenhor Ignácio Gióia, de São Luiz do Paraitinga, apresentou temas populares da região. (Foto: Ascom-Cemaden)

Realização do evento

O Cemaden, o Inpe e a Unesp  tiveram  o apoio da Associação de Especialistas Latino-Americanos em Sensoriamento Remoto (SELPER-Brasil), do Parque Vicentina Aranha, do Projeto Ciência no Parque, da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, do Instituto Florestal e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A programação contou com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – Projeto Educação +Participação: uma equação para redução do risco de desastres socioambientais), além do patrocínio de empresas da região, como a Visiona Tecnologia Espacial, a Nutrimenta Refeições e o Vale Sul Shopping.

Considerando os dados sobre o número de participantes, suas localidades de origem e o quantitativo de transportes envolvidos durante a SNTC em São José dos Campos, o Prof. Getúlio Martins, da Faculdade de Roseira (Faro), realizou estudo prévio para avaliar como efetuar compensação de gases de efeito estufa. A partir dos resultados, definiu-se o quantitativo de mudas necessárias para plantio, o que será oportunamente realizado em conjunto com instituições e escolas da região e com parceria do Viveiro Florestal Estadual de Taubaté.

Informações e a Programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017) no Vale do Paraíba estão disponibilizadas no endereço eletrônico:  http://www.cemaden.gov.br/snct2017/.

Fonte: http://www.cemaden.gov.br/estudantes-do-vale-do-paraiba-trocam-experiencias-e-conhecimentos-na-semana-nacional-de-ciencia-e-tecnologia/

ASCOM CEMADEN