Ações Interdisciplinares e Educação para Redução de Riscos e Desastres – Recife/PE
Objetivos da iniciativa
A ação tem como objetivo:
Estimular a compreensão sobre os volumes pluviométricos e sua influência no cotidiano das comunidades localizadas em áreas de risco;
Fortalecer o acesso ao conhecimento do risco e a perspectiva da construção da resiliência comunitária para enfrentamento e adaptação às mudanças do clima;
Aumentar a percepção de risco, bem como a construção de processos de autoproteção em relação a situação de emergência;
Refletir sobre as construções localizadas em áreas de risco e os problemas socioambientais das Cidades, destacando-se as ocupações não planejadas.
Desastres abordados na iniciativa:
- Inundação / Alagamento / Enchente / Enxurrada
- Escorregamento / Deslizamento de terra
Quem participou iniciativa:
- Alunos de escolas do Ensino Fundamental
- Comunidade em situação de vulnerabilidade a riscos
- Comunidade escolar
- Universitários
- Professores
- Outro(s)
- Outros: bibliotecaria da escola
Principais atividades desenvolvidas para a mobilização local de pessoas para participação na campanha
Em relação ao projeto Expo Favelas, os estudantes a partir da reflexão dos problemas da comunidade, construíram pequenas maquetes refletindo os desafios de morar nas áreas de risco de desastres.
Foram projetados todos os elementos que compõem a comunidade e como isso se reflete do cotidiano da comunidade.
Foram feitos com riquezas de detalhes, caixas d’água, escadarias, área de lazer, partes internas das casas, terraços e até mesmo mobílias dos imóveis. Destaca-se que todo o material utilizado na construção da comunidade, foram resíduos reutilizados e reciclados. A proposta foi mostrar com fidelidade as moradias, onde mesmo com problemas de riscos de desastres, existe o sentimento de pertencimento. O trabalho mostrou os possíveis riscos de deslizamentos e a partir dessa construção, compreender, caso haja um risco iminente, a forma realizar a autoproteção e a redução de um possível desastre.
Também teve como proposta as culturas vivenciadas nas comunidades do Recife e Jaboatão dos Guararapes com a arte na grafitagem, às manifestações dos movimentos sociais e de expressões artísticas como o maracatu, hip-hop e tantas outras expressões existentes nas comunidades. Houve também, maquetes de igrejas evangélicas com os altares, bancos e os fiéis. Os bares também foram observados dentro das comunidades que é uma realidade destacada pelos estudantes. Foi percebido o empreendedorismo com pequenos negócios, destacados pelos meninos. O trabalho foi mostrado de forma expositiva com a comunidade escolar presente, além de convidados da Universidade Federal de Pernambuco e da Secretaria Estadual de Educação
Quanto a oficina de pluviômetro, foram 40h de atividades que propiciou a reflexão sobre as percepções de risco dos estudantes, bem como a construção de valores voltados a proteção de riscos e desastres.
Com apoio do GEGEP, foi implantado uma estação pluviométrica para garantir o monitoramento das chuvas na escola. Essa oficina foi desenvolvida nas aulas de geografia e teve integração com as aulas de arte.
Principais resultados alcançados
No desenvolvimento das atividades, os estudantes do 7º ano do ensino fundamental, debateram sobre a importância da utilização do pluviômetro no cotidiano da comunidade e em várias áreas do conhecimento. Evidenciando-se que as atividades foram realizadas em consonância com as habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS),
Pautou-se ainda, no Marco de Sendai (2015-2030), na Agenda Urbana 2030, bem como nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente nos ODS 11 e 13 que versam sobre a importância da construção da resiliência da cidade e de ações contra as mudanças climáticas.
Os estudantes participaram da confecção do pluviômetro e puderam apresentar suas percepções quanto a utilidade e funcionalidade dos equipamentos confeccionados. .
Além disso, manifestaram suas opiniões, percepções e ideias em relação a utilização do pluviômetro e o que fazer em períodos em que o volume pluviométrico possa indicar ameaça de deslizamentos ou alagamentos.
A partir da construção dos pluviômetros, os estudantes passaram a medir diariamente a pluviometria e puderam interagir sobre os resultados observados e suas implicações no lugar. Cada participante, foi orientado a registrar o volume de chuvas diariamente e refletirem as repercussões dos volumes de chuvas em relação aos deslizamentos e inundações.
Os estudantes foram estimulados a perceberem-se integrantes e responsáveis pela comunidade, considerando a importância das suas ações enquanto agentes de transformação do meio ambiente, identificando o papel da ciência cidadã no cotidiano, podendo entender e refletir sobre os fenômenos ambientais e em que as ações antrópicas contribuem para a ocorrência dos riscos e desastres.
Nesse sentido, os estudantes participam sobre o conjunto de processos dialógicos que corroboram para o princípio do cuidado e da proteção da vida no cotidiano, mas também à melhoria das relações interpessoais, aprendendo a ser e a conviver na perspectiva da busca constante da qualidade de vida na comunidade.
Materiais utilizados na oficina: Garrafa pet, fita adesiva colorida, tesoura, estilete, régua ou adesivo métrico (substituindo a função da régua), pedrinhas, água, anilina (para servir de marcador referente ao nível zero da água na garrafa).
Parceiros envolvidos na realização da iniciativa e mobilização
Universidade Federal de Pernambuco
Grupo de Engenharia Geotécnica de Encostas, Planícies e Desastres
Secretaria Estadual de Educação