Seminário discute mudanças climáticas
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Como parte da programação da 12ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia, a Universidade Federal do Acre (Ufac) sedia o seminário Comunidades Resilientes: Rede de Escolas e Comunidades na Prevenção de Desastres Ambientais. O evento acontece desde esta quarta-feira,14, e vai até quinta-feira, 15, no Parque Zoobotânico (PZ); é uma parceria da Ufac com o governo do Estado do Acre e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Nacionais (Cemaden).
Palestras e oficinas com temas diversos integram a programação. Gestão de riscos, cheias, secas e incêndios florestais, adaptação e resiliência, piscicultura no contexto de eventos extremos, cartografias etc. Ao todo, participam das atividades sete escolas rurais dos municípios de Brasileia, Assis Brasil, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba e Rio Branco.
“O objetivo é criar aqui um espaço de contribuição para a geração de uma cultura da prevenção de riscos de desastres socioambientais, com foco em inundação, mas considerando, também, a estiagem e as queimadas”, justificou a diretora do PZ, Cristina Boaventura. “É nas mãos desses jovens presentes aqui hoje que estará o desenvolvimento de políticas públicas e projetos voltados ao meio ambiente.”
O seminário Comunidades Resilientes é braço de um projeto maior, que envolve o Cemaden Educação e o programa Pluviômetros nas Comunidades, com a finalidade de formar uma rede de escolas e comunidades articuladas, incluindo pequenos piscicultores, a partir de metodologias participativas e de pesquisa que embasem intervenções locais na prevenção de desastres, especialmente inundações e secas prolongadas.
“Na busca por alternativas de solução a esses fenômenos erráticos, aliamos ciência e conhecimento tradicional. A ciência está na base do nosso trabalho, no desenvolvimento da nossa metodologia e no fazer da escola participativa, que estimula o conhecimento significativo e transforma a vida das pessoas, sem excluir o saber tradicional”, defendeu a especialista em sustentabilidade do Cemaden, Rachel Trajber.
Para a estudante da escola José Kairala, em Brasileia, Luara Julia Lacerda, a experiência de participar do seminário tem sido enriquecedora e servirá como combustível para o desenvolvimento de outros projetos junto à comunidade na fronteira. “Considerando as palestras e oficinas de hoje e amanhã, não tenho dúvidas que sairei daqui com uma superbagagem”, disse a jovem. “O principal desse evento talvez seja fazer com que abramos os olhos em relação às mudanças climáticas que estão acontecendo. O que aprendemos aqui será levado aos colegas que ficaram lá e assim contribuir para um meio ambiente mais equilibrado.”
A escola José Kairala recebeu a instalação de um pluviômetro no ano passado e em seguida desenvolveu o projeto para a construção de pluviômetros manuais, a partir de garrafas pet, cimento e régua. Os materiais confeccionados foram distribuídos entre a comunidade do município em diferentes pontos e servem para auxiliar no preenchimento do boletim de monitoramento pluviométrico do Cemaden. A cheia histórica do rio Acre, em 2015, devastou o município de Brasileia, que foi 100% atingido pelas águas e ficou 80% submersa.