“Zerar desmate em 2030 não basta mais”, diz cientista
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Luciana Gatti, do Inpe, alerta que leste amazônico já tem mais árvores morrendo do que crescendo e que emissões subiram 122% em 2 anos de Bolsonaro. A promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de zerar o desmatamento na Amazônia em 2030 pode ser pouco demais e tarde demais: em algumas regiões da floresta sinais de colapso já começaram. O alerta é de Luciana Gatti, pesquisadora do Inpe que causou pânico na comunidade científica em 2021 ao mostrar que o sudeste da Amazônia já emite mais gases de efeito estufa do que absorve. “A gente tinha que estar determinando hoje um estado de emergência na Amazônia: é proibido desmatar e multa alta pra quem taca fogo de julho a outubro”, disse a cientista a jornalistas nesta quarta-feira (2). “As coisas estão muito piores e esse objetivo que a gente tinha lá atrás não serve mais. Não e só parar de desmatar, precisa recuperar floresta perdida.” Gatti falou no evento de lançamento de uma proposta de mais de 50 organizações da sociedade civil para que o Tratado de Cooperação da Amazônia comece a negociar um protocolo justamente para evitar o ponto de não-retorno do bioma. Esse ponto de não-retorno havia sido estimado em 40% de desmatamento, mas estudos recentes, que consideram a soma dos impactos do aquecimento global e do desmatamento, colocaram o limite em 20% a 25%. O desmatamento na Pan-Amazônia já chegou a 15%; no Brasil, passou de 20%. Fonte: Observatório do Clima. Matéria atualizada em 11 março 2024.