Nos dias 7 e 8 de abril de 2025, o Programa Cemaden Educação realizou o “Encontro Resiliência Comunitária”, promovendo dois dias de diálogos, trocas de experiências e práticas voltadas ao fortalecimento da educação para a redução de riscos de desastres (ERRD) e da resiliência em territórios vulneráveis.

O encontro contou com a presença de representantes da Defesa Civil Municipal de São Paulo, da iniciativa NOSSAS Cidades, do Projeto TRIS (Transferability of Resilience in Informal Settlements), do Ministério das Cidades, de lideranças da comunidade do Jardim Colombo e de integrantes do Programa Cemaden Educação.

A programação contemplou debates sobre risco, resiliência e justiça climática a partir de diferentes perspectivas. Pedro Camarinha, do Cemaden, apresentou o funcionamento do sistema de monitoramento e alerta e suas aplicações em ações de prevenção. Camila Tavares Pereira, coordenadora do Projeto TRIS, compartilhou experiências do trabalho em favelas paulistas, trazendo reflexões sobre adaptação climática e planejamento urbano participativo. Jordana Leijoto, do NOSSAS Cidades, falou sobre estratégias de mobilização e fortalecimento das vozes comunitárias em políticas públicas.

Fernando Nogueira, da Secretaria Nacional de Periferias (Ministério das Cidades), apresentou o Programa Periferia Sem Risco, com destaque para os Planos Comunitários de Redução de Riscos e Adaptação (PCRA) como uma ferramenta para atuação integrada entre poder público e comunidade, trazendo exemplos como o do Jardim Colombo, na zona sul da capital paulista.

Jordana Leijoto do NOSSAS Cidades
Camila Tavares Pereira do Projeto TRIS
Fernando Nogueira, da Secretaria Nacional de Periferias (MCid)
Rafael Pereira, do Projeto TRIS

Educação ambiental e metodologias participativas

Rachel Trajber, coordenadora do Programa Cemaden Educação, destacou as jornadas pedagógicas e o papel da educação para ERRD como ferramenta de transformação social e fortalecimento das capacidades locais. Rafael Pereira, integrante do Projeto TRIS, abordou a importância da preparação inclusiva para desastres no Brasil, com ênfase na valorização de múltiplos saberes e na acessibilidade.

O encontro se encerrou com uma oficina de cartografia social e mapeamento participativo conduzida pelo professor Allan Iwama. A atividade abordou os fundamentos da cartografia social e do Sistema de Informação Geográfica participativo (SIG participativo), destacando a importância da construção coletiva de mapas como ferramenta de fortalecimento comunitário e produção de conhecimento sobre o território, para diversas finalidades. Foram apresentadas as etapas do processo participativo em médio e longo prazo, com ênfase na necessidade de evitar abordagens top-down. Em seguida foram realizada atividades práticas.

Dois dias de escuta, aprendizado e articulação entre instituições, pesquisadores, educadores e lideranças, fortalecendo redes e práticas em prol da justiça climática e da redução de riscos nos territórios mais vulnerabilizados.