Junho é o mês do Meio Ambiente: marcado por campanhas, eventos e discursos que exaltam a importância da preservação ambiental. No entanto, para grupos como o Programa Cemaden Educação (CEdu), é um mês especial em que podemos contar com maior atenção das pessoas para compartilhar ideias que disseminamos durante o ano inteiro: como anda a nossa relação com o nosso território e com as pessoas que vivem nele? O quanto o conhecemos em suas belezas e, principalmente, em suas fragilidades? Por esse motivo, a equipe de CEdu esteve presente em diferentes eventos neste período para abordar a importância da educação para a construção de sociedades sustentáveis.

Seminário sobre seca e desertificação no Cemaden

Entre os dias 3 e 4 de junho, aconteceu um Seminário para elaborar propostas para combater as secas recorrentes que intensificam a desertificação e impactam a região Sudeste do Brasil. O evento foi uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizado na sede do Cemaden, no Parque Tecnológico, em São José dos Campos-SP, e reuniu especialistas e representantes do governo e da sociedade civil.  

Atualmente, há 122 municípios brasileiros em áreas suscetíveis à desertificação, com 37% do Sudeste apresentando nível de degradação ambiental entre moderado e crítico. Mais de 20 milhões de pessoas vivem na região, sendo a mais populosa do Brasil (IBGE,2022). 

Durante o evento, entre palestras e atividades, foi elaborado o 2° Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca (PAB) a partir de grupos de trabalhos formados por representantes de organizações não-governamentais, órgãos federais, estaduais e/ou municipais de meio ambiente, clima, agricultura e justiça, universidades, instituições de pesquisa, organizações da sociedade civil, representações de povos e comunidades tradicionais, Defesas Civis, entre outros, dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As pesquisadoras Carolina Franco Esteves e Jennifer de Souza Faria, do Programa Cemaden Educação, também integraram o evento, abordando a Educação Ambiental Climática neste contexto. 

A seca é a tipologia que mais impacta social e economicamente o mundo, na classificação dos desastres”, disse a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá.

Clique aqui para saber mais sobre o PAB.

25 anos da PNEA no Senado

Em comemoração aos 25 anos da Política Nacional de Educação Ambiental- PNEA, instituída pela lei 9.795 de 1999, o Senado Federal abriu um ciclo de debates sobre o tema para dialogar sobre os avanços conquistados. A solenidade foi aberta pela Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, entre outros/as convidados/as. Entre eles/as, Fábio Feldmann, autor do projeto de lei que resultou na criação da política. 

No dia 5 de junho, a partir do tema “O Futuro da Educação Ambiental no Brasil”, foi possível acompanhar o debate entre os/as pesquisadores/as como Rachel Trajber, coordenadora do CEdu, junto a Maria Henriqueta Andrade Raymundo, Fábio Barbosa, Renato Godoy e Marcos Sorrentino. 

“Não é uma questão de um problema e ter soluções para ele. São múltiplas questões, de grande complexidade, sobre a emergência climática. Não podemos simplificar e nem reduzir nenhuma dessas questões, inclusive a questão energética”, disse Rachel. 

A PNEA se destaca como um instrumento legal crucial para promover a educação ambiental, desde a educação infantil até a pós-graduação, abrangendo atividades não-formais de educação e conscientização pública, fazendo com que a Educação Ambiental alcance ainda outros espaços como comunidades, empresas, terceiro setor e produtos da comunicação. 

XX Fórum de Meio Ambiente da Juventude do Alto Uruguai Gaúcho

Os educadores Aloísio Lelis de Paula e  Felipe Augusto Santos, ambos do CEdu, estavam em Erechim-RS. Eles ministraram palestra durante o XX Fórum de Meio Ambiente da Juventude do Alto Uruguai Gaúcho. 

O evento foi um espaço de reflexão crítica sobre temas socioambientais, em escala global e local, com jovens de 14 a 17 anos. O objetivo foi buscar integrar a dimensão política da questão ambiental aos debates realizados nas escolas e comunidades, valorizando o protagonismo das juventudes. Erechim, no Rio Grande do Sul, faz parte da área recentemente afetada por um desastre causado por inundações. 

Durante o fórum, ocorreram ainda minicursos e outras atividades ligadas às mudanças climáticas. Entre os temas estavam: as cidades esponja, rota migratória das aves, biodiversidade, agroecologia, tempestade solar e as radiações para o planeta Terra, arborização urbana, agrofloresta, serviços ecossistêmicos, doenças ambientais, bioplásticos; e também temas como alagamentos, bacias hidrográficas e estratégias de resiliência para os territórios.