O caminho se faz caminhando: construção da percepção dos riscos climáticos a partir do conteúdo de climatologia em sala de aula – Nova Iguaçu/RJ
Atividades desenvolvidas e principais resultados
Em primeira análise, surgiram desafios na aplicabilidade das atividades durante as aulas de
geografia, em virtude da falta de tempo relacionada aos prazos e demandas da instituição de
ensino e da ausência da educação para o risco no currículo básico. Notou-se também que a
geografia apresenta múltiplas possibilidades para abordar o assunto, por ser uma ciência que
analisa a relação dos fenômenos físico-naturais e a sociedade. Sobre o questionário,
identificou-se que uma parcela dos alunos não associaram o conceito de risco ao clima, mas
sim a violência urbana, enquanto outros associaram por perceberem que haviam perguntas
sobre eventos climáticos. Tal fato se articula com a dificuldade que os alunos apresentaram
na identificação da influência do tempo e do clima em suas vidas, confundindo, o tempo
atmosférico com o tempo cronológico, e o clima com o próprio conceito de tempo
atmosférico. Assim, a ciclicidade dos fenômenos característicos do clima local e os eventos
adversos que geram danos para a população, como o forte episódio de chuva que atingiram o
município em 2022, adquirem caráter casual, algo que é isolado e que não pode ser previsto.
A falta de consciência em relação a forma e frequência dessas ocorrências dificulta a
capacidade de prevenção e de ação e coloca a população em uma situação de passividade na
esfera governamental, uma vez que desassocia a responsabilidade das instituições públicas na
gestão da cidade. Ademais, tornou-se evidente através das práticas, que os sujeitos não
sabiam como agir em caso de desastres, sendo esse um ponto relevante no trabalho, visto que
por meio das propostas pode-se notar a compreensão por parte dos deles sobre o modo que
devem agir e ações possíveis para evitar. As atividades também contribuíram para a análise
de como outras manifestações, como ondas de calor, podem causar interferências no
cotidiano e na saúde da população, já que, à princípio, os educandos enxergavam apenas a
chuva como um possível perigo.