1. Apresentação da Jornada e descrição das atividades

Em tempos de crise/emergência climática é essencial que todos conheçam os perigos, calculáveis ou não, que ameaçam e aumentam a vulnerabilidade do ser humano. Sejam eles naturais ou provocados pela ação humana, os desafios ao combate dos riscos socioambientais demandam grande atenção e envolvimento da sociedade (VEYRET, 2007).

A proposta desta Jornada se inspira nessa reflexão. Trata-se de permitir aos professores, gestores, estudantes e comunidades, realizarem uma oficina participativa de Cartografia Social ou mapeamento participativo com a comunidade local. Com isso, poderemos colaborar diretamente para que a comunidade reflita sobre as potencialidades e fragilidades da localidade e apresentem no mapa esses elementos por meio de desenhos, símbolos, cores, traços etc.

A cartografia social é um recurso que contribui para a construção/reconstrução de conhecimentos e saberes sobre o território, por cidadãos comuns conhecedores do ambiente em que vivem, sugerindo soluções para a redução de riscos socioambientais e enfrentamento dos problemas ou situações que os afetam no cotidiano, refletindo diretamente, dentre outras coisas, nas relações sociais vigentes. Assim, a própria comunidade irá mapear as áreas de risco socioambiental da redondeza, representá-los numa base cartográfica (mapa, imagem de satélite, croqui etc), e também pensar em estratégias de prevenção de riscos de desastres socioambientais. 

Ao final deste conjunto de atividades, a comunidade escolar estará preparada para orientar a comunidade externa na realização de um diagnóstico participativo do espaço vivido (num determinado momento tempo/histórico), com base na metodologia do “aprender fazendo”.

Para entender mais sobre conceitos e termos para a gestão de riscos de desastres, acesse aqui.

Palestra de Débora Olivato.

Proex UNESP – Instituto de Ciência e Tecnologia, Engenharia Ambiental de SJC/SP.

2. Perguntas de pesquisa

  • Qual será a percepção de risco socioambiental pela comunidade escolar?
  • O mapeamento de riscos socioambientais da comunidade pode ser comparado com o elaborado por especialistas da área?
  • Os estudantes, junto com a comunidade, podem construir estratégias de prevenção e redução dos riscos de desastres no local onde a escola se encontra?

3. Objetivos

  • Estimular que a comunidade reflita sobre os riscos ambientais que podem ocorrer na localidade onde vive, seus elementos potencializadores, e as estratégias de prevenção de riscos e desastres socioambientais;
  • Exercitar formas de espacializar o conhecimento e percepções das pessoas que vivem numa dada localidade, em base cartográfica (mapas e imagens de satélite) com vistas à prevenção de de riscos e desastres socioambientais;
  • Estabelecer relações entre informações das diferentes áreas do saber na interpretação de símbolos e produção textual;
  • Valorizar a percepção e o conhecimento acumulado das pessoas e das comunidades, em especial dos moradores antigos, e desenvolver mecanismos de sistematização das informações, em especial, por meio de linguagem gráfica.
  • Dialogar sobre estratégias de prevenção de riscos de desastres socioambientais (formas de adaptação, rotas de fuga, lugares seguros, grupos ou pessoas vulneráveis) e espacializá-las em base cartográfica.

4. Temas e componentes Curriculares envolvidos

Geografia: Relações entre conservação e degradação dos ambientes naturais.Elementos da cartografia;  produção de mapa temático em grande escala (ex.1:2.500, 1:5.000).

Artes: Leitura e interpretação de linguagens gráficas. Produção de símbolos pictóricos.

Biologia: Organização e dinâmica dos ecossistemas; principais desequilíbrios ambientais e estratégias de minimização, redução e a solução de problemas cotidianos.

Língua Portuguesa: Leitura e interpretação de textos e símbolos gráficos.

Matemática: Propriedades dos objetos e sua posição relativa; raciocínio espacial por meio de construções e formas; noções de variação de grandezas.

História: Acontecimentos históricos e localizá-los em uma multiplicidade de tempos.

5. Metodologias

Hoje é essencial que todos conheçam os perigos, calculáveis ou não, que ameaçam o ser humano. Sejam eles naturais ou provocados pela ação do homem, os desafios ao combate dos riscos demandam grande atenção e envolvimento da sociedade (VEYRET, 2007).

A proposta desta atividade se inspira nessa reflexão. Trata-se de permitir aos estudantes da turma, com o fundamental aprofundamento, apoio e tutoria do professor, realizarem uma oficina de Cartografia Social com a comunidade local. Eles serão preparados na escola a orientarem a comunidade para a realização de um diagnóstico participativo do espaço vivido (num determinado momento tempo/histórico), com base na metodologia do “aprender fazendo”.

As pessoas ao morar num determinado lugar vivenciaram diversas situações no seu cotidiano, até mesmo, os fenômenos naturais causadores de riscos. Neste contexto, elas desenvolvem percepções, anseios, desejos, medos, sonhos etc. Esta atividade vai favorecer que as pessoas representem o conhecimento do lugar e seus sentimentos.

Com isso, os alunos poderão colaborar diretamente para que a comunidade reflita sobre as potencialidades e fragilidades da localidade e apresentem no mapa esses elementos por meio de desenhos, símbolos, cores, traços etc.

Nesta atividade, se prioriza a utilização da base cartográfica (mapa, imagem de satélite) para representar a percepção das áreas de riscos socioambientais do espaço vivido, bem como a espacialização de elementos estratégicos na prevenção de desastres naturais. Os resultados da Cartografia social de cada localidade serão compartilhados no mapa colaborativo do Cemaden Educação.

A pesquisa se constitui de 6 (seis) etapas básicas:

  • Fase preparatória: oficina com a turma na escola (interna);
  • Explicação sobre os riscos ambientais;
  • Leitura da base cartográfica do bairro e/ou cidade;
  • Produção do mapa temático da percepção de riscos ambientais da localidade e dos elementos estratégicos de prevenção;
  • Reflexão sobre as potencialidades e fragilidades do lugar com produção de uma agenda de sustentabilidade;
  • Divulgação e realização da oficina externa, com a comunidade.

6. Recursos

Internet para baixar arquivos e acessar programas de visualização geoespacial (Google Earth, etc.) com imagem de satélite da localidade (ou mapa de rua), folhas de papel vegetal ou plástico (para cobrir o mapa), folhas sulfite, fita adesiva, cola, canetas ou lápis coloridos, régua. Opcional: etiquetas coloridas, fotografias da localidade, recortes de revistas de elementos da paisagem.

7. Tempo estimado e periodicidade

  • Tempo estimado para realização:1 mês.
  • Periodicidade sugerida para novos resultados: Atividade sem periodicidade para organização, realização de oficinas(com a turma e na comunidade) e disponibilização dos resultados. Depende de definições de turmas de alunos e da Com-VidAção.

8. Produtos

Socialização e divulgação dos resultados mais significativos com a comunidade escolar, o poder público, a Defesa Civil e demais instituições e grupos comunitários participantes:

  • Relatório ou registro em vídeo dos resultados ao longo do processo.
  • Apresentar o mapa mais completo da percepção de riscos da localidade com legenda, por meio de foto ou scanner.
  • Organizar em texto as estratégias de prevenção de risco a desastres naturais da localidade, produzidas pelo grupo.

Cadastrar as atividades realizadas na Rede Cemaden Educação para ficar em nosso banco de iniciativas.

9. Avaliações sugeridas

Você e cada professor das áreas/disciplinas envolvidas nas ações educativas      poderão utilizar procedimentos e critérios próprios.

No entanto, apresentamos algumas sugestões de critérios de aprendizagens fundamentais  que podem ser avaliados nas atividades no que diz respeito a conhecimentos, desenvolvimento de atitudes, hábitos e valores. 

  • Compreende a terminologia básica sobre o tema;
  •  Avalia e interpreta os resultados;
  • Desenvolve atitudes proativas na interação, cooperação e organização do trabalho em grupo;
  • Apresenta envolvimento com o tema nas rodas de conversa, exposição dos resultados na escola e eventos realizados com a comunidade;
  •  Faz uso de saberes científicos, populares e de ciência cidadã para enfrentar desafios diversos, em contextos e cenários reais ou possíveis, dentro de uma perspectiva inter-cultural; 
  • Utiliza, inova, gera conhecimento, produz e usa tecnologias em diferentes contextos para enfrentar desafios; 
  • Comunica-se de forma eficaz, de maneira oral e escrita, sempre que seja possível.

10. Ficha técnica

Proposta de atividade: Débora Olivato.

Coordenação: Rachel Trajber, pesquisadora e coordenadora do Cemaden Educação.

Revisão e Atualização: Antonio Fernando Silveira Guerra, Carolina Franco Esteves, Priscilla Françoso, Rene Antonio Novaes Junior.

Colaboradores Cemaden: Victor Marchezini e Viviana Munoz

Colaboradores Externos: Andrea Luz e Marlon da Silva (bolsistas da área TI Cemaden Educação), Tatiana Mendes e Dr. Rogério Negri (professores da Engenharia Ambiental UNESP, SJC/SP), Andressa Nalu e Wagner Kamiwada (alunos extensionistas da faculdade de Engenharia Ambiental UNESP, SJC/SP), Prof. Daniel Messias dos Santos, coordenador da escola EEEM Monsenhor Ignácio Gióia, São Luiz do Paraitinga, SP.