Desastres no Brasil? Práticas e abordagens em educação em redução de riscos e desastres
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Nossa sociedade enfrenta desastres simultâneos. Em meio à pandemia, inundações, deslizamentos de terra e incêndios florestais fazem parte da realidade de milhões de brasileiros. Partindo de referenciais de Educação Ambiental Crítica e Sociedade de Risco, o objetivo deste trabalho foi analisar o perfil das escolas e as abordagens de Educação em Redução de Riscos e Desastres (ERRD) adotadas em 127 práticas inscritas na Campanha #AprenderParaPrevenir. As práticas de ERRD foram desenvolvidas majoritariamente em escolas públicas e em todas as etapas de ensino. Para melhor caracterizar essas práticas, foi construída uma mandala de ERRD que apresenta as principais modalidades e recursos didáticos adotados em cinco perspectivas de abordagens, a saber: Expositiva, Comunicativa, Experiencial, Investigativa e Cidadã. No propósito de educarmos em sociedades de risco e desastres socioambientais, apresentamos algumas reflexões: i) desnaturalizar os desastres e compreendê-los como uma construção social e cultural; ii) formar sociedades críticas e resilientes, capazes de lidar com incertezas da vida; iii) adotar uma perspectiva local e; iv) reconhecer as escolas como produtoras de conhecimentos. As comunidades de aprendizagem em ERRD estabelecidas entre escolas, defesas civis e universidades proporcionam aprendizados para todas/todos, particularmente nesta temática recente e desafiadora no contexto escolar, e que tem demandado de professoras/ professores a produção de novas práticas pedagógicas e esforços colaborativos entre os saberes, gerações e instituições.
Referência: MATSUO, P. M.; SILVA, R. L. F. Desastres no Brasil? Práticas e abordagens em educação em redução de riscos de desastres. Educar em Revista, Curitiba, v. 37, e78161, 2021.