UFRJ Programa de Projeto de Estruturas – E. M. Tagore – Rio de Janeiro/RJ
Enviado em 02/10/2018
Espaço Fluir
ESPAÇO FLUIR é um projeto de extensão universitária da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) cujo objetivo é possibilitar e estimular o diálogo, a reflexão e a construção de conhecimentos sobre o tema Redução do Risco de Desastres (RRD) associados a movimentos de massa, em comunidade escolar na zona Norte do Rio de Janeiro, por meio da mobilização e colaboração de alunos e ex-alunos da UFRJ na concepção, planejamento e elaboração de atividades e instrumentos pedagógicos, na instalação de espaços lúdicos e na aplicação de oficinas.
Objetivos Específicos:
(i) Possibilitar e estimular a aproximação entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a comunidade escolar da Escola Municipal Tagore (EMT) e Instituições públicas e/ou privadas que atuem e/ou tenham interesse na área de Educação para Redução do Risco de Desastres (ERRD) socioambientais no município.
(ii) Envolver e possibilitar a integração de atores de diversas formações nas atividades e oficinas temáticas desenvolvidas no Espaço Fluir, como, por exemplo: professores, alunos e ex-alunos de graduação e pós-graduação de diversos cursos da UFRJ, professores, alunos e funcionários da educação infantil, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e da Classe Especial, além de especialistas da Proteção e Defesa Civil Municipal e demais parceiros.
(iii) Estimular a formação de cidadãos críticos, com conhecimentos suficientes para atuação na realidade física e social.
O público envolvido corresponde aos mais de 300 alunos da Escola Municipal Tagore (EMT):
Educação Infantil – (4 a 5 anos) – 50 crianças em dois turnos;
1º ano – (6 a 7 anos) – 52 crianças
2º ano – (7 a 8 anos) – 52 crianças
3º ano – (8 a 9 anos) – 53 crianças
4º ano – (9 a 10 anos) – 55 crianças
5º ano – (10 a 11 anos) – 58 crianças
Alunos da classe especial – (18 a 22 anos)
Do 1º ao 5º ano há participação dos alunos autistas, portadores de Síndrome de Down e/ou cadeirantes. Nas atividades desenvolvidas há, também, participação dos alunos da classe especial – DI – deficiência Intelectual, SD – Síndrome de Down , SM – surdo mudo, por exemplo – (18 a 22 anos).
Vale ressaltar que a Escola Municipal Tagore (EMT) situa-se no bairro da Abolição, zona Norte do Rio de Janeiro, região próxima a comunidades de baixa renda localizadas em áreas de com histórico de desastres associados a movimentos de massa, como, por exemplo, o Morro do Urubu que em 2010 teve 10 imóveis demolidos e 300 interditados, além de remoção dos moradores, em função de danos nas edificações por movimentação excessiva do solo. Além disso, a principal rua de acesso à escola sofre com alagamentos constantes.
As atividades são divididas em módulos. Cada módulo possui um tema principal e pode ser realizado em etapas. Em cada módulo são realizadas uma série de atividades: coleta de informações, oficinas participativas, rodas de conversa e de discussão, exposição de materiais diversos, exposição de maquetes e exposição fotográfica, realização de experimentos, práticas de observação, jogos e lanche coletivo.
Os seguintes módulos já foram executados:
(A) Atividades iniciais;
(B) Espaço Fluir – Processo de formação de solos e rochas;
(C) Avaliação do Módulo B e planejamento de atividades;
(D) Espaço Fluir – Movimentos de Massa;
(E) Avaliação do Módulo D e planejamento de atividades;
(F) Espaço Fluir – Somos todos agentes de transformação do ambiente onde vivemos;
(G) Avaliação do Módulo F e planejamento de atividades;
(H) Espaço Fluir – Conceitos importantes;
Os módulos ainda em fase de elaboração e/ou execução são:
(I) Avaliação do Módulo H e planejamento de atividades;
(J) Espaço Fluir – Proteção e Defesa Civil;
(K) Avaliação do Módulo J e elaboração de novos módulos.
Nesta chamada “Água [D+ ou D-] = Desastre ?” serão apresentados e descritos apenas os módulos (A), (B) e (D).
Módulo A – Atividades Iniciais:
Este módulo corresponde à fase de coleta de informações preliminares por meio de reuniões iniciais e de informações específicas por meio de entrevistas presenciais com coordenadores, professores e alunos da EMT. Foram coletadas informações sobre conteúdos trabalhados em sala de aula e bibliografias utilizadas pelos professores da EMT que tenham relação com os subtemas a serem trabalhados nas atividades e oficinas do Espaço Fluir. Nesta fase foi definida a equipe executora. Foi, também, discutida a identidade visual do projeto, que envolveu estudo e desenvolvimento do logotipo do Espaço Fluir, com apoio de empresa parceira (agência de publicidade). A prospecção de parceiros representantes da sociedade civil e de empresas privadas foi realizada nesta etapa. Por exemplo, uma empresa que atua na área de mineração na zona oeste do Rio de Janeiro forneceu parte dos exemplares de minerais utilizados nas atividades do Módulo B e D. Nesta etapa foram, também, elaborados os instrumentos pedagógicos utilizados nas oficinas temáticas.
Módulo B – Espaço Fluir – Processo de formação de solos e rochas:
Este módulo tem por objetivo a sensibilização inicial dos alunos e procura-se estimular o interesse pelos diversos materiais (solos, rochas, água,…) encontrados no planeta Terra. O módulo A contempla as seguintes atividades:
1. Oficina participativa baseada no Livro Zoom, de Istvan Banyai, para ressaltar a importância de se observar tanto os detalhes quanto o “conjunto”.
2. Roda de conversa: Como as rochas se formam?
As rodas de conversa, realizadas no Espaço Fluir, são atividades que começam com uma pergunta ou questão principal (por exemplo: Como as rochas se formam?) em que todos podem apresentar ideias sobre o tema sugerido ou questão levantada, as quais são aceitas, organizadas e avaliadas por todo o grupo. Embora a roda de conversa possa ser executada em duplas ou grupos pequenos, esta foi realizada com a participação de todo o grupo.
3. Experimento: Simulação de erupção vulcânica.
É utilizado um modelo físico de um vulcão elaborado por aluno da UFRJ na simulação da erupção vulcânica. Vulcanismo e resfriamento do magma são tratados nesta etapa
4. Roda de conversa: Ameaça.
Nesta roda de conversa estabelecida após a “Simulação de erupção vulcânica” procura-se estimular o entendimento do conceito “ameaça”, bem como a compreensão dos distintos tipos: ameaças naturais que dependem da dinâmica interna do Planeta Terra: Vulcanismo, Terremotos, tsunamis, por exemplo. As ameaças naturais que dependem da dinâmica externa do planeta Terra: tempestades, movimentos de massa, inundações, enchentes, erosão, raios, secas, incêndios florestais, por exemplo e ameaças oriundas da ação humana ou antrópica: ruptura de infraestrutura (edificação residencial ou comercial e barragem de rejeito industrial, por exemplo) e degradação ambiental, entre outros.
Procura-se ressaltar aqui a diferença entre os conceitos ameaça e desastre, embora haja um módulo específico que trate dos conceitos principais (Módulo H). As questões relativas à exposição e vulnerabilidade são tratadas, ainda que inicialmente. Aspectos de espacialidade, temporalidade e temática envolvida são, também, comentados.
5. Roda de conversa: Que são minerais? O que é solo? Como os solos se formam?
Ênfase é dada a importantes processos: resfriamento do magma, intemperismo, erosão, deposição, cimentação entre partículas, entre outros.
6. Jogo: Bússola geotécnica:
Trata-se de um jogo elaborado com a finalidade de ajudar o entendimento do ciclo de formação dos geomateriais (solos e rochas), procurando-se destacar quais são os materiais (solos e rochas) e os processos envolvidos na formação dos mesmos.
7. Oficina: As formas dos minerais – A matemática está em tudo!
Minerais são os elementos sólidos de ocorrência natural que compõem solos e rochas. Nesta atividade os alunos são divididos em grupos, recebem um conjunto de fios de lã e, a partir da observação da amostra de minerais selecionados, devem reproduzir os formatos dos mesmos (hábito mineral) com os fios recebidos. As formas dos minerais podem ser lamelares, romboédricas ou octaédricas, por exemplo.
Outra atividade, também, realizada é, por meio da observação de modelos físicos elaborados em madeira (poliedros executados por aluno da UFRJ) e de amostras de minerais, descobrir a similaridade das formas dos modelos em madeira e dos exemplares minerais.
8. Exposição e observação de vários tipos de solos, rochas e minerais
Nesta atividade expositiva procura-se estimular o processo observacional dos detalhes: Cor, forma, brilho, clivagem, fratura, dureza, densidade e traço dos minerais. Em algumas oficinas foram utilizadas imagens do livro intitulado “Cores da Terra – A arte de Maria Lira”, de modo a estimular, por meio da produção artística de Maria Lira, artesã do Vale do Jequitinhonha que fabricava suas próprias tintas utilizando pigmentos de terra, a compreensão do traço, propriedade física dos minerais.
Procura-se, também, estimular a observação das seguintes características contrastantes das amostras de rochas: grande ou pequena; leve ou pesada; dura ou macia; áspera ou lisa; opaca e translúcida, por exemplo. No caso de solos, o tamanho dos grãos também é observado: Solos grossos e solos finos. Para observar o tamanho dos minerais que compõem as rochas é utilizada lupa.
9. Roda de conversa: O que há nos vazios dos solos e rochas?
Nesta atividade, a partir da observação e das discussões e possível concluir que os vazios podem estar preenchidos por ar e/ou água. Destaca-se, neste momento, a importância dos aquíferos e a existência de rochas geradoras e reservatórios de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral). Ressalta-se, também, que boa parte dos recursos, inclusive os solos e rochas, são de lenta renovação.
10. Jogo de perguntas e respostas e charadas: O uso de solos, rochas, minerais e água no cotidiano.
Nesta atividade procura-se entender onde encontramos e como são utilizados solos, rochas e minerais, por meio de perguntas simples, do tipo:
De que é feito o giz que risca o quadro da sala de aula?
E o grafite do lápis?
De que é feita a moeda de cinco centavos?
De que são feitos os tijolos? E o concreto?
Que outros usos as rochas e minerais podem ter?
Que outros usos o solo pode ter?
Que usos a água pode ter?
Com base nas perguntas, respostas e discussões os alunos conseguem perceber que minerais, solos, rochas e água estão presentes em muitos dos elementos que usam cotidianamente.
Em geral, nesta etapa, é comum citarem o uso do solo pra o plantio de alimentos, possibilitando, então, a conexão necessária para o encerramento e culminância deste módulo com um lanche coletivo e distribuição de sementes diversas.
11. Lanche coletivo – De onde vêm os alimentos?
Enquanto o lanche coletivo com diversas frutas da estação é montado na parte central do espaço disponível discute-se sobre a necessidade do conjunto (Solo + Água + Ar) para o plantio de alimentos.
Encerramento com distribuição de sementes e selo de Participação – Espaço Fluir.
Sugere-se que o plantio das sementes e o cuidado com a manutenção da planta envolva toda a família.
Módulo D –Movimentos de massa
Este módulo trata dos movimentos de massa. O que são? Como e por que ocorrem? São abordados os tipos de movimentos de massa, os mecanismos deflagradores, as características de cada tipo de movimento de massa e os sinais de instabilização de encostas. Os fatores naturais e antropogênicos são, também, abordados. O módulo contempla as seguintes atividades:
1. Exposição fotográfica com registros dos eventos anteriores realizados pelo Projeto Espaço Fluir na Escola Municipal Tagore.
2. Exposição de amostras de (i) solos (residuais, sedimentares, solos contendo matéria orgânica e solos evoluídos pedologicamente), (ii) rochas (ígneas, sedimentares e metamórficas) e (iii) minerais (metálicos e não metálicos).
3. Roda de conversa: Água na Terra e o ciclo da água
Nesta roda de conversa é tratado o ciclo da água. Procura-se estabelecer uma relação entre a quantidade de chuva e a ocorrência de deslizamento, inundação, seca e estiagem, por exemplo. Notícias de jornal são utilizadas nesta etapa.
4. Exposição de maquetes representando (i) movimentos de massa (deslizamento planar e rotacional de solo, corrida de detritos, rastejo, ruptura em cunha em maciço rochoso, queda e rolamento de blocos rochosos, (ii) erosão costeira e (iii) efeito de estiagem, seca e incêndio florestal em encostas, entre outros.
Nesta atividade são ressaltados aspectos relativos à exposição e à vulnerabilidade, embora esses conceitos sejam, também, abordados em módulo específico (H).
Há maquetes com ameaças similares, mas com diferentes condições de exposição do sistema, consequentemente, com riscos distintos. Há maquetes em que se procura destacar que podem ocorrer níveis de exposição similares, mas que em uma das situações, ainda assim, o sistema pode ser mais vulnerável que na outra. É ressaltada, também, a importância da presença de vegetação e a influência da ação antrópica.
Neste módulo os alunos começam a compreender (i) que a vulnerabilidade é temática, (ii) que há relação entre o uso e ocupação do solo e a exposição ao evento que pode causar dano, (iii) que uma dada ameaça em potencial pode ser deflagrada sem que ocorra o desastre, (iv) que o desastre está associado às consequências danosas às pessoas (perdas de vidas e afetados), ao patrimônio ou ao ambiente, (v) que o risco de desastre, para um dado cenário, reflete a probabilidade de ocorrência do evento que pode causar danos e suas consequências, que por sua vez dependem da exposição e da vulnerabilidade.
Neste módulo é introduzido o conceito de cenário de análise (espacialidade e temporalidade). Também se discute a ocorrência de desastres locais, no passado, bem como os riscos específicos locais (por exemplo, o histórico de desastres do Morro do Urubu que dista menos de 1,5 Km da escola, os alagamentos na proximidade da escola,…). São abordados os aspectos que tornam a população local mais vulnerável ao desastre e as condições que favorecem a construção social do desastre.
5. Exposição de maquetes representando intervenções estruturais (muro de arrimo de concreto ciclópico, muro de gabião, cortina atirantada, drenos, muro de solo-pneu, barreiras dinâmicas, entre outras estruturas de contenção).
Nesta atividade são apresentadas as ações que visam reduzir, prevenir, controlar e gerenciar os riscos de desastres. São apresentadas ao grupo de alunos as seguintes ações: (i) Antes do desastre: prevenção (evitar o evento que causa dano), mitigação (minimizar o impacto do evento danoso), preparação (estruturar as ações de resposta) e alerta (aviso formal do perigo iminente); (ii) Durante o desastre: resposta ao desastre (assistência aos feridos, resgate e evacuação da área) e (iii) Depois do desastre: reabilitação (restabelecimento de serviços essenciais) e recuperação.
Discute-se até que ponto as medidas estruturais apresentadas nas maquetes (estruturas de contenção, drenos, etc,…), sozinhas, conseguem minimizar o impacto do evento que pode causar dano.
Nesta atividade procura-se chamar atenção ao fato de que investir-se apenas nas medidas estruturais de prevenção pode não produzir os resultados esperados (redução do risco de desastres). É discutida a importância de outras ações de prevenção: identificação, mapeamento e monitoramento do risco e ações não estruturais, como, por exemplo, o planejamento do uso do solo, os processos educativos e os planos de prevenção. Também é enfatizada a importância do envolvimento e participação da comunidade local (incluindo a comunidade escolar) na gestão de riscos em parceria com intuições que atuam na Proteção e Defesa Civil.
6. Oficina de elaboração coletiva de maquete
Este módulo encerra com uma oficina em que é elaborada coletivamente uma maquete de um bairro fictício.
O desafio consiste em planejar o uso e ocupação do espaço disponível (na oficina havia uma marcação no chão, área disponibilizada para a atividade) criando estratégias de modo a reduzir o risco de desastre associado a deslizamento de terra e aumentar a resiliência do sistema (bairro).
Durante a realização da oficina outras ações de prevenção podiam ser planejadas (instalação de sistema de monitoramento e de alarme por sirene para evacuação em situação de emergência, por exemplo).
Na área disponibilizada para a atividade colocou-se um elemento representando uma encosta suscetível a deslizamento de terra. Este elemento representava uma “Ameaça” ou evento adverso e extremo que pode provocar danos ao ser humano, ao meio ambiente e/ou aos bens materiais.
Foi proposto o estabelecimento de grupos de trabalho formados pelos alunos. Cada grupo deveria escolher uma dada responsabilidade no planejamento e “construção” do espaço fictício. Foi apresentado o conceito de matriz de responsabilidades (equipes trabalhando com responsabilidades e metas definidas e redefinidas, caso necessário), de modo que todos soubessem as respectivas responsabilidades e interfaces entre as várias atividades que ocorriam simultaneamente. Cada grupo contava com o apoio de um aluno da UFRJ para auxiliar na solução das dificuldades encontradas.
Todo o bairro fictício foi “construído”, em um único dia, por alunos dos dois turnos escolares (manhã e tarde). Percebeu-se que o turno da manhã, por ter mais área disponível, privilegiou a ocupação de áreas afastadas da “Ameaça”, reduzindo a exposição para reduzir o risco. Já o turno da tarde, por não ter área disponível em abundância, privilegiou a redução da vulnerabilidade. Por exemplo, projetando áreas elevadas para reduzir o impacto de alagamento ou ressaca (projetaram uma praia) e o efeito danoso de deslizamentos de pequeno porte. Por terem entendido os conceitos principais (desastre, ameaça, exposição, vulnerabilidade e risco), optaram por projetar as moradias afastadas da “ameaça”, com escola, hospital, avenidas, praia, e comércio próximos destas. Já as áreas mais próximas à “ameaça” foram ocupadas por quadras e parques, áreas que não precisariam ser ocupadas durante a noite, durante o sono (ameaça não os “pegaria” dormindo). Foi elaborada estrutura de contenção na quadra de esportes próxima à “ameaça” e foi “instalada” uma sirene próxima à área residencial e comercial (de maior ocupação) de modo que todos pudessem ouvir o som. Os alunos optaram por reduzir a quantidade de avenidas para carros, para estimular a circulação de pedestres e reduzir a emissão de dióxido de carbono.
Resultados obtidos no Módulo A:
(i) Foi possível compreender quais são os interesses e necessidades da escola (EMT), de seus funcionários e de seus alunos.
(ii) Foram esstabelecidas diretrizes, de modo que a parceria estabelecida entre a Escola e a Universidade possa ser útil aos envolvidos, especialmente os alunos, das duas instituições.
(iii) Planejamento das atividades em alinhamento ao que é necessário e esperado por todos os envolvidos e às diretrizes estabelecidas inicialmente, as quais são constantemente revistas à medida que os módulos planejados são executados.
(iv) Cadastramento de voluntários (alunos e ex-alunos de diversos cursos da UFRJ e membros de instituições parceiras) para integrar a equipe executora.
(v) Aprovação do logotipo do Espaço Fluir.
(vi) Criação de estratégias para estabelecimento de vínculo harmonioso e empatia entre todos os integrantes da equipe executora, o que aumenta o engajamento, acelera a concretização dos resultados rápidos e potencializa atitudes persistentes para obtenção de resultados de médio prazo. Cumpre destacar que esta estratégia mostrou-se eficiente, visto que a maior parte da equipe executora participa do projeto desde 2015.
(vii) Elaboração dos instrumentos pedagógicos.
(viii) Elaboração de lista de possíveis parceiros.
Resultados esperados/obtidos no Módulo B, em relação aos alunos participantes:
(i) Compreender que em determinados momentos é necessário ter-se a visão global de um dado aspecto e em outros a visão mais detalhada é requerida, por exemplo: rocha versus mineral e tomada de decisão pessoal que afete, apenas, o núcleo familiar versus tomada de decisão pessoal que afete a comunidade em que se está inserido.
(ii) Entender o que são e como se formam os solos e rochas e compreender o que são minerais.
(iii) Reconhecer e fazer associação das amostras de geomateriais (solos e rochas) apresentados com os locais de origem dos mesmos (espacialização).
(iv) Discutir a representatividade das amostras (amostra em escala de mão versus o material no campo (geomaterial in situ).
(v) Reconhecer o valor intrínseco da natureza e da vida humana e estimular o desejo de proteger o ambiente natural, o local em que vivem, sua comunidade e o planeta Terra.
(vi) Introdução aos conceitos de ameaça, exposição, vulnerabilidade, dano e desastre. Neste módulo é importante, apenas, compreender a diferença existente entre os conceitos de ameaça e desastre, utilizando-se o exemplo do experimento de simulação de erupção vulcânica. No Módulo (H) os principais conceitos são tratados em detalhe.
(vii) Estabelecer relação entre os conteúdos trabalhados e competências desenvolvidas em sala de aula (geografia, matemática, história, artes, etc…) com as atividades desenvolvidas nas oficinas, rodas e conversa e jogos propostos pelo Espaço Fluir.
(viii) Desenvolver a habilidade de trabalhar sozinho e/ou em equipe, utilizando os conhecimentos adquiridos para resolver os desafios propostos nas atividades.
(ix) Estimular o processo observacional (o macro e o micro, o global e o detalhe)
(x) Desenvolver a capacidade de manusear elementos frágeis (amostras) com o cuidado requerido.
(xi) Compreender a importância dos solos, rochas, minerais e da água na vida de todos nós.
Resultados obtidos/esperados no Módulo D:
(i) Aumentar os laços estabelecidos entre o Projeto Espaço Fluir e a escola por meio da divulgação dos registros fotográficos de eventos anteriores.
(ii) Entender o que é movimento de massa. Conhecer quais os tipos mais comuns, as principais causas (naturais e antropogênicas) e os sinais de instabilização de encostas.
(iii) Conseguir diferenciar ameaças naturais de desastres socioambientais. Entendendo os desastres como consequências de ações humanas insustentáveis,
(iv) Conhecer o passado dos desastres locais e os riscos específicos locais (Morro do Urubu dista menos de 1,5 Km da Escola, etc…) e conhecer as populações vulneráveis ao desastre.
(v) Conhecer a sazonalidade das ameaças.
(vi) Entender que há comunidades que mais influenciam as mudanças climáticas, enquanto outras são mais prejudicadas pelas mesmas (“Injustiça climática”).
(vii) Conhecer as tendências locais, nacionais e globais de risco e de desastres (os tipos de desastres).
(viii) Relacionar as mudanças climáticas à frequência de ocorrência, à severidade e à abrangência dos desastres.
(ix) Relacionar as ações antrópicas à frequência de ocorrência, à severidade e à abrangência dos desastres.
(x) Discutir como e porque os desastres podem ser devastadores para algumas comunidades, enquanto outros saem relativamente ilesos. Entender que desastres têm impactos diferenciados.
(xi) Compreender que há grupos, crianças, por exemplo, que podem ser especialmente afetados por desastres;
(xii) Entender que os seres humanos são atores dentro dos ecossistemas e que determinados comportamentos e práticas podem ser prejudiciais ao meio ambiente.
(xiii) Entender como se deu o uso e ocupação do solo no local onde vivem.
(xiv) Avaliar, por meio dos exemplos locais e globais, como os danos ao meio-ambiente tendem a agravar a frequência de incidência e a severidade dos desastres.
(xv) Compreender que todos nós somos agentes importantes no estabelecimento de práticas e comportamentos seguros para redução do risco de desastres.
(xvi) Compreender os principais conceitos: ameaça, exposição, vulnerabilidade, desastre, risco e redução do risco e resiliência e a aplicação destes em situação fictícia (na oficina de maquete elaborada coletivamente) e em situações concretas na comunidade local;
(xvii) Entender que o risco de desastres (probabilidade de um evento danoso ocorrer e suas consequências) é afetado pela intensidade do perigo, grau de exposição (espacial e temporal) e pela vulnerabilidade, entendendo que esta última é temática (por exemplo, ambiental e social). E que o risco pode ser reduzido em função da capacidade da sociedade de lidar com ele.
Outras informações : O Projeto Espaço Fluir realiza atividades na Escola Municipal Tagore desde 2015. Em novembro de 2018 ocorrerá mais uma oficina na escola que contará com a participação da equipe da Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do município do Rio de Janeiro (Projeto Defesa Civil nas Escolas). Há também oficinas novas sendo elaboradas para o próximo ano, embora as existentes sejam sempre realizadas para os novos alunos.
Como há um vínculo afetivo entre a coordenadora do projeto Espaço Fluir e a Escola Municipal Tagore, pelo fato de ter sido aluna desta, possivelmente o Espaço Fluir terá vida longa.